26/02/2011

Burlesque- Sem o Glamour Musical Esperado.

Nesse grande mundo do entretenimento cinematográfico existe um gênero musical ainda acanhado, apesar de existir há tempos, escondido por falta de oportunidades de se reafirmar. Quando há dois anos na cerimônia do Oscar Hugh Jackman disse "os musicais estão de volta" dava-se pra pensar que sim, ele está certo, mas logo se percebe que nos últimos anos nada mudou muito nos musicais e com certeza não será Burlesque que vai fazer esse gênero "firmar-se" digamos assim. Sem mais delongas, vamos ao filme.

Burlesque é um filme adaptado a nossa realidade. No filme é traçada a história de Ali (Christina Aguilera) que trabalha numa pequena cidade em lugar onde ninguém valoriza seu talento. Sim, ela tem talento, sabe canta muito bem e tem aquele velho sonho clichê de brilhar nos palcos. A moça foge para Los Angeles e lá praticamente de cara ela se depara com o Burlesque, ao ver o primeiro número "welcome to Burlesque" seus olhos brilham e ela decide que é ali que ela quer estar- No palco daquele tipo de bar em que as moças dublavam e dançavam com pouca roupa (pelo menos no filme). No filme, temos em cena Kristen Bell e Stanley Tucci que eram meros coadjuvantes mal-aproveitados, respectivamente eram a inimiga sem-talento da mocinha Ali e o amigo gay conselheiro da diva excêntrica Tess. Tucci quase nos reapresenta aquele velho personagem de O Diabo Veste Prada, quase.

O problema do filme é que apenas isso, o maior dilema dele é quando Ali vai conseguir convencer a dona do bar Tess (Cher) de seu talento e como Tess vai salvar seu querido bursleque das dívidas de banco. É claro que durante o filme temos os números musicais e histórias paralelas que acontecem, mas nada muito sério que deva ser mencionado. As músicas do filme são realmente um entretenimento a parte, você não sai do filme com aquela vontade de assistir de novo, mas sim de ter as músicas pra si, pois elas realmente estão boas, não é à toa que o segundo número solo de Cher ganhou o globo de ouro.

Infelizmente, nem os números com as músicas (claro) estão muito bons, pareceu faltar ânimo (em outras palavras criatividade) para que desse brilho que as músicas mereciam. Deve ter sido um dos erros do diretor, sabendo que o enredo já era fraco, deveria ele ter explorado os números, fazer do palco de Burlesque um grande palco para suas estrelas no filme. Contudo, o filme merece seu reconhecimento, é o primeiro de Aguilera e deve ser um deleite para os fãs, mas talvez com poucas mudanças no enredo e mais ousadia nos números ele seria um filme espetacular, como o seu primo distante "Moulin Rouge".

22/02/2011

Cisne Negro- A Eterna Busca da Perfeição

Olá leitor (a), há tempos o blog continuava sem atualização, pois hoje, eis que no ápice do complexo de fênix, ressurgindo das cinzas ele retorna. E pra uma volta que seja ao menos um pouco memorável, o filme de hoje será o mais maravilhoso, o mais comentado, o filme bam-bam-bam do momento, o filme “ame-o ou deixe-o”, o filme... Ta parei. Cisne Negro é o filme no qual tem causado certas controversas, primeiro por que ele é o filme mais amado e odiado do momento.

Cisne Negro narra a história de Nina (Natalie Portman), uma moça que vive linda e unicamente para o balé. Seu grande sonho é se tornar a primeira bailarina de Thomas (coreografo ou coordenador ou qualquer coisa que chamem o cara durão que maltrata bailarinas). Para que seja realizado o sonho ela precisa do papel principal na mais nova montagem de Thomas. Lago dos Cisnes o famoso balé de Tchaikovsky. Pra quem não sabe o Lago dos Cisnes tem o cisne branco que é a princesa amaldiçoada e o cisne negro sua inimiga que se dá bem no fim da história toda.

Nina é doce, educada, uma menininha no corpo de uma mulher. Todas as características de uma princesinha do bem, mas ela precisa ser mais agressiva, mais ousada para ser o cisne negro. Eis que a pressão de se tornar o Cisne Negro no palco começa a dar contornos ao filme. Ela sabe o que o espetáculo pode significar pra sua carreira, mas quanto mais ela se esforça para emergir seu lado negro mais ele parece estar distante, é então que nós, meros espectadores começamos a nos tornar parte de Nina.

A bailarina começa a ter estranhos arranhões pelo corpo, as pessoas agem de forma diferente com ela e só o que ela precisa é incorporar o Cisne Negro no palco perfeitamente. Ah, a perfeição, algo inalcançável pelo ser humano, mas que no fundo todos procuram. Nina em busca da mesma perde credibilidade diante dos seus olhos para a nova bailarina Lily, a mocinha que não quer saber de acertar os passos e sim de sentir cada movimento sincronizando-os com a música, fazendo assim que ela seja perfeita para o papel que nina irá fazer. Cisne Negro.

Presos a Nina, o público acompanha sua sanidade se esvair é aí que muitos odeiam o filme, somos induzidos a nos confundir entre a realidade e ilusão. Talvez pela ousadia do diretor em colocar cenas de sexo e algumas cenas em que Nina está surtando, que raramente são colocadas na visão da “vítima” e sim de quem vê de fora, sim por esses motivos muita gente odiou o filme.

Um suspense com certeza memorável, o filme que mexe com todos os sentidos de quem assiste e sem tirar o fato de “surtarmos” junto a protagonista, com Cisne Negro cada pessoa no público tenta se transformar em Cisne também, o filme é “invasivo” mesmo, quando você menos perceber está envolvido, sentindo o que Nina sente, vivendo o que ela vive, preso a um mundo claustrofóbico da insanidade (talvez?!) que nem ao menos sabemos em que momento o filme, Nina e nós chegamos lá. Se tiver estômago forte e gosta de grandes suspenses, fica a dica desse grande filme.